quarta-feira, 15 de abril de 2020

COMO JEOVÁ VÊ O AGIOTA?

ATO DE GENEROSIDADE OU USURA??


Receber mais do que emprestou é uma coisa abominável.
Emprestar sob caução é ato de generosidade ou ato de agiotagem.
Usura é igual à agiotagem, agiota, onzeneiro, onzenário, penhor.
Caução é igual à garantia, hipoteca, fiança, penhor. Usura também é sinônimo de ganância. Assim é definido ganância por certo dicionário.

GANÂNCIA s.f. Ambição de ganho; ganho, lucro. / Ganho ilícito. / Usura.
Ambição??
O que é ambição??
Ambição – esta é a definição dada pelo dicionário Houaiss: forte desejo de conseguir poder ou riquezas, honras ou glórias; cobiça...............; anseio veemente de alcançar determinado objetivo....
ambição Datação: sXIII
n substantivo feminino
1 forte desejo de poder ou riquezas, honras ou glórias; cobiça; cupidez
Ex.: sua a. abriu-lhe as portas da alta sociedade
2 anseio veemente de alcançar determinado objetivo, de obter sucesso; aspiração, pretensão
Ex.: sua a. era tornar-se um grande pintor


Do lado oposto à ambição, ganância ou usura, está a generosidade. Do lado oposto ao ganancioso está o generoso.
Generosidade – o que é isso??
Generosidade – esta é a definição dada pelo dicionário Houaiss: virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem; ato generoso; bondade
generosidade Datação: 1660
n substantivo feminino
1 qualidade de 1generoso
2 virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem; magnanimidade
3 ato generoso; bondade
Ex.: teve a g. de socorrer o acidentado
4 liberalidade, largueza, prodigalidade
Exs.: dar com g.
vive das g. do irmão


Generoso – esta é a definição dada pelo dicionário Houaiss: dotado de caráter e sentimentos nobres; de alma magnânima, liberal; que dá com largueza (especialmente dinheiro); em quantidade maior do que o usual ou o necessário..
1generoso Datação: sXV Ortoépia: ô
n adjetivo
1 de boa linhagem; ilustre, nobre
2 dotado de caráter e sentimentos nobres
3 de alma magnânima, liberal
Ex.: uma família g., que aos infelizes acolhe
4 Derivação: por extensão de sentido.
próprio de quem é generoso
Ex.: gesto g.
5 que dá com largueza (esp. dinheiro)
6 em quantidade maior do que o usual ou o necessário
Exs.: uma dose g. de conhaque
o filantropo fez g. doação à instituição
7 da melhor qualidade (diz-se esp. de vinho)
8 fértil, fecundo (diz-se de solo)
9 Rubrica: enologia.
de qualidade superior e em geral de elevado teor alcoólico (diz-se de vinho)


O generoso é aquele humano que pratica o verbo dar e que ama praticar o verbo dar.


QUEM INSTITUIU O EMPRESTAR?? QUEM O AUTORIZOU?? O QUE É EMPRESTAR??

Emprestardefinição fornecida por um certo dicionário:

EMPRESTAR v.t. Ceder por algum tempo, sem ônus: emprestar um livro. / Ceder, confiar a alguém certa quantia de dinheiro, mediante pagamento de juro.

Para haver o empréstimo, primeiro tem de existir a posse. Você emprestará aquilo que é de sua posse, isto é, aquilo que de alguma forma você se sente dono.

CEDER POR ALGUM TEMPOisto significa que é obrigatória a existência da devolução. Você continua a sentir-se dono daquilo que está nas mãos de outro humano, embora, cedido por você. Pode ser devolvida a mesma quantidade cedida, ou esta quantidade, acrescida de um ADICIONAL. Quando não se tem a devolução ou é devolvida uma quantidade inferior, a pessoa sente que teve um prejuízo; quando é devolvida uma quantidade superior, a pessoa sente que teve um lucro. Emprestar é uma relação comercial onde se espera haver lucro, mas que também pode trazer prejuízo para quem cede. LUCRO é o que todo mundo quer. PREJUÍZO é o que ninguém quer.

CONSEGUIR A POSSE, GANHAR E PERDER – Temos vivido um dia a dia baseados nesta regra de comportamento. Os humanos direcionam sua vida objetivando conseguir posses e mais posses.

Ceder com a condição de... Ceder desde que...
Posso te dar isso, desde que você faça aquilo..
Seria isso uma ação altruísta?? É esta a forma de agir de uma pessoa generosa??

ALIMENTO DADO (cedido) AO FAMINTO À BASE DE TROCA DEVE SER ROTULADO COMO ATO DE GENEROSIDADE??
QUAL SERÁ O DESTINO DAQUELE QUE NÃO TEM COMO PAGAR O EMPRÉSTIMO, DAQUELE QUE NÃO TEM NADA PARA TROCAR?? QUAL DEVE SER O DESTINO DAQUELE QUE NÃO TEM COMO PAGAR PELO ALIMENTO?? DEVE SER A ESCRAVIDÃO?? DEVE SER A MORTE?? Deve ser entregue nas mãos de Deus??



O ganancioso vive em função do seu estoque e seu objetivo permanente é ter e aumentar seu estoque. O ganancioso deseja aumentar sempre e sempre o seu estoque e não admite ter redução nele, nem mesmo a mínima. Ele encara como prejuízo, qualquer tipo de redução em seu estoque e ter a mínima redução no estoque causa muita dor no ganancioso.
Mesmo quando ainda não tem um estoque, o ganancioso sonha e sonha, deseja e deseja; mesmo quando já tem, o ganancioso deseja mais. O ganancioso busca permanentemente o lucro.
Palavras de Moisés ao se despedir do povo: Emprestarás com caução a muitas nações.
(Deuteronômio 15:6) 6 Pois, Jeová, teu Deus, deveras te abençoará assim como te prometeu, e certamente EMPRESTARÁS sob caução a muitas nações, ao passo que tu mesmo não tomarás empréstimo; E TENS DE DOMINAR sobre muitas nações, ao passo que elas não dominarão sobre ti. (Deuteronômio 28:12-13) 12 Jeová te abrirá seu bom depósito, os céus, para dar chuva à tua terra na sua estação e para abençoar todo ato da tua mão; e certamente EMPRESTARÁS a muitas nações, ao passo que tu mesmo não tomarás empréstimo. 13 E Jeová te porá deveras à cabeça e não na cauda; e terás de vir a estar somente em cima e não virás a estar embaixo, por estares obedecendo aos mandamentos de Jeová, teu Deus, que hoje te ordeno observar e cumprir. (Deuteronômio 8:15-18) . . ., 16 que te alimentou no ermo com maná que teus pais não conheceram, para te humilhar e para te pôr à prova, a fim de fazer-te o bem nos teus dias posteriores; 17 e digas no teu coração: ‘Meu próprio poder e a plena força da minha própria mão me produziram esta riqueza.’ 18 E tens de lembrar-te de Jeová, teu Deus, PORQUE É ELE QUEM TE DÁ O PODER PARA PRODUZIR RIQUEZA, a fim de cumprir seu pacto que jurou aos teus antepassados, como no dia de hoje.

SER POBRE É ESTAR EMBAIXO; SER RICO É ESTAR EM CIMA. Aquele que obedece aos mandamentos alcança a condição de “justo”. Se Jeová não dá riqueza àquele que não obedecer, então, quanto mais obediente, mais rico.

Para o obediente a bênção da parte de Deus traria abundância. Havendo abundância, o humano decidiria armazenar. Com o armazenamento viria a riqueza. Para o desobediente haveria a ausência da bênção, o que traria o empobrecimento.
O que fazer com a riqueza acumulada?? Emprestar para aqueles que dela precisam. Se emprestar com juros haverá lucro. Havendo lucro, haverá um aumento da riqueza acumulada.

O abençoado por Jeová terá fartura e usará a sua fartura para ACUMULAR riquezas e finalmente DOMINAR sobre muitas nações. Vós sereis um reino de pessoas abençoadas por Jeová, decerto, sereis pessoas ricas. Decerto, cumprir o mandamento de Jeová trará a bênção e afastará a pobreza: (Deuteronômio 15:4-5) 4 No entanto, NINGUÉM DEVE FICAR POBRE NO TEU MEIO, porque Jeová, sem falta, te abençoará na terra que Jeová, teu Deus, te dá por herança, para tomares posse dela, 5 contanto que impreterivelmente escutes a voz de Jeová, teu Deus, de modo a cuidar em cumprir todo este mandamento que hoje te ordeno....
Segundo Moisés, conseguirá riquezas aquele que escutar a voz de Jeová e cumprir todo o mandamento ordenado por ele, Moisés, naquele dia.
Decerto, os obedientes serão abençoados e os abençoados enriquecerão. OS OBEDIENTES SERÃO RICOS. Assim, o destino a ser dado à bênção recebida já estava resolvida na mente e no coração do povo amado, ou seja, ACUMULAR riquezas. Jeová é o Deus que te dá poder para ACUMULAR riquezas.
Para poder emprestar, você precisa ter em abundância e possuir um estoque. Terás abundância em consequência da benção de Jeová e certamente por teres muito mais que as demais nações, DOMINARÁS sobre muitas nações, pois elas, por não serem abençoadas, terão pouco e virão a ti. Afinal, as nações, por não terem a bênção de Jeová, certamente terão menos riquezas que nós, os abençoados. Qual era o desejo final de ter a bênção de Jeová??? Poder acumular safras e bens?? Poder emprestar (relação comercial) sob caução a muitas nações, lucrar e lucrar?? Finalmente DOMINAR sobre muitas nações?? Será que Jeová compartilhava deste desejo do seu escolhido e amado povo?? Era este o objetivo de Jeová para eles?? Se foi dado muito a você, isto significa que você tem de tirar vantagem, terá de lucrar com esta situação, EXALTANDO-SE sobre outros humanos, e consequentemente, rebaixando outros seres humanos??

Esta sequência revelava a vontade de Jeová ou revelava a vontade dos humanos pactuados??

Em resumo, o desejo era ter muito para poder negociar de forma vantajosa, objetivando aumentar mais e mais o estoque, chegando finalmente a condição de dominante, fazendo os demais trabalharem para eles, ou seja, ganhar com o trabalho de outro, obter lucro com o trabalho de outro. Um ser humano trabalha para dar a você de forma compulsória, uma parte do produto obtido com o trabalho dele. Este ser humano passa a ser um escravo. Ele é alguém que gera lucro. Mantê-lo na condição de escravo significa aumento contínuo do estoque e da riqueza do amo. O amo é o abençoado por Jeová. O abençoado por Jeová finalmente dominará a todos, estará por cima de todos, desde que cumpra os mandamentos que HOJE te ordeno.

Uma pergunta fica no ar: O Criador os tira da escravidão no Egito e lhes leva para uma terra de grande fartura. O Criador estava dando o alimento de forma farta para todos.

Que ordem havia dado Jeová a estes enquanto ainda estavam no deserto?? Jeová disse-lhes: Pegue apenas o suficiente para a tua necessidade do dia, proporcionalmente ao que come, ou seja, apenas a medida de um gômor por pessoa.

Como poderia haver pessoas tendo muito, tendo muitas coisas acumuladas, enquanto também havia pessoas não tendo absolutamente nada?? Decerto, a culpa não estava naquele que providenciava fartamente o alimento para todos, não é verdade?? Então, de quem seria a culpa desta curiosa situação??

O rico era fruto de que?? Como apareceu o rico?? Seria ele fruto da bênção de Jeová??
O pobre era fruto de que?? Como apareceu o pobre?? Seria ele fruto da maldição de Jeová?

Palavras de Moisés ao se despedir do povo: Empreste sob caução aquilo de que o seu irmão pobre necessita, de que carece.
(Deuteronômio 15:7-8) 7 Caso um dos teus irmãos fique pobre no teu meio, numa das tuas cidades, na tua terra que Jeová, teu Deus, te dá, não deves endurecer teu coração, nem fechar a mão para com o teu irmão pobre. 8 Pois deves abrir GENEROSAMENTE tua mão para com ele e deves terminantemente EMPRESTAR-LHE sob caução tanto quanto ele necessita, de que carece.

Assim verte a Tradução Brasileira:
(Deuteronômio 15:7-9) 7 Se no meio de ti houver um pobre, qualquer de teus irmãos, numa das tuas cidades na tua terra que Jeová teu Deus te está dando, não endurecerás o teu coração nem fecharás a mão ao teu irmão pobre; 8 mas certamente lhe abrirás a tua mão, e sem dúvida lhe emprestarás quanto baste para a sua necessidade naquilo que lhe falta.

A TNM adiciona o termo “sob caução” ao ato de emprestar.
A Tradução Brasileira, assim como muitas outras, omite o “sob caução”. A caução é exigida como uma garantia da devolução do empréstimo.
As duas traduções concordam que deveria haver o “empréstimo”.
Emprestar sob fiança, com penhor, foi classificado como um "ato de generosidade" para com o pobre, para o carente. Será que para Jeová, o ato de “emprestar sob caução” aquilo que o pobre, o carente necessitava era um “ato de generosidade”?? Que classificação daria Jeová para esta ação??
EMPRESTAR sob caução AO CARENTE, é realmente um ato de generosidade??
O ato de EMPRESTAR, mesmo que sem caução, constitui uma ato de generosidade??
Caução é igual a penhor, hipoteca, garantia, fiança. Todas estas palavras têm a ver com usura, com a prática da agiotagem. Tirar vantagem da situação do necessitado, daquele que carece, obter lucro em face da situação dele. Não abrir mão do seu estoque de bens; garantir o estoque de bens. O alimento será dado à base de troca. Dar sem receber de volta é sair perdendo. Emprestar e não receber de volta é sair perdendo, é ter um prejuízo. Tente evitar este prejuízo.
Exigir uma garantia antes de emprestar. O objeto da garantia geralmente vale mais do que o valor do empréstimo. O agiota se apodera do penhor antes ou depois de emprestar, quando não se consegue pagar o empréstimo, e aí o penhor passa a ser propriedade do agiota de forma definitiva. Isto protege o capital do agiota, a riqueza do agiota, o estoque do agiota, possibilitando e facilitando o seu crescimento, o seu acúmulo, empurrando o pobre para a condição de escravo.
Sua ganância não lhe permite reduzir seu estoque. Para emprestar, o que envolve reduzir temporariamente o estoque, o ganancioso quer ter uma garantia de que aquilo que foi retirado do seu estoque será reposto. Para isso ele exige um penhor, geralmente de valor acima ao do que vai sair do seu estoque, dificilmente inferior, para que o devedor tenha motivo suficientemente grande para buscar o seu objeto penhorado. O ganancioso ama tanto o seu estoque, que abrir mão temporariamente de parte dele, através de penhor, PARA ELE constitui um ato de generosidade de sua parte. Se quantificar o penhor no valor exato ao do empréstimo ele não estará impondo juros sobre o empréstimo e aí, PARA ELE, sua generosidade passa a ser ainda maior. ELE TAMBÉM PODE EXIGIR COMO PENHOR QUALQUER OBJETO DE VALOR QUE RESTA AO POBRE, COMO POR EXEMPLO, SUA COBERTA PARA DORMIR.
Valorizando o seu ato, aquele que muito tem certamente dirá ao pobre: “Vê, estou fazendo o sacrifício de deixar de ganhar muito para poder te emprestar este tesouro”!! Se não fizer tal afirmação para o pobre, é exatamente assim que ele se sente no seu íntimo.
A PALAVRA SAÍDA DA BOCA DE JEOVÁ SOBRE O ASSUNTO. Assim tinha falado Jeová para Moisés mais de 40 (quarenta) anos antes do discurso de despedida de Moisés para o povo.
(Êxodo 22:25) 25 SE emprestares dinheiro ao meu povo, ao atribulado ao teu lado, NÃO DEVES TORNAR-TE COMO AGIOTA para ele. Não lhe deves impor juros.

Impor juros, significa tornar-se um agiota. “Receber mais do que emprestou” é se tornar um agiota.

(Levítico 25:35-38) 35 “‘E caso teu irmão fique pobre e assim esteja financeiramente fraco ao teu lado, então TENS DE AMPARÁ-LO. Como residente forasteiro e colono tem de ficar vivo contigo. 36 Não cobres dele juros e USURA, mas tens de ter temor de teu Deus; E TEU IRMÃO TEM DE FICAR VIVO CONTIGO. 37 Não deves dar-lhe teu dinheiro [cobrando] juros e não deves dar teu alimento POR USURA. 38 Eu sou Jeová, vosso Deus, que vos fiz sair da terra do Egito para dar-vos a terra de Canaã, para MOSTRAR-ME vosso Deus.

A Tradução Brasileira assim verte:

(Levítico 25:35-38) 35 Se teu irmão se tornar pobre e as suas mãos se enfraquecerem junto a ti, SUSTENTÁ-LO-ÁS. Ele viverá contigo como estrangeiro e peregrino. 36 Não receberás dele usura nem ganho; mas temerás o teu Deus, para que teu irmão viva contigo. 37 Não lhe darás o teu dinheiro a usura, nem lhe darás os teus víveres por amor de lucro. 38 Eu sou Jeová vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para vos dar a terra de Canaã, para ser o vosso Deus.

Seja generoso. Seja generoso e seja generoso.
Filhinhos, é assim que se comporta uma pessoa generosa.

Não seja ganancioso, não te tornes agiota para o atribulado, você tem de amparar o pobre.
Afinal, que palavras deviam valer? As palavras saídas da boca de Jeová não incentivavam e nem autorizavam a agiotagem. Muito pelo contrário. As palavras saídas da boca de Jeová não protegiam o capital, não protegiam o enriquecimento, antes, protegiam a vida, protegiam o pobre. E teu irmão tem de ficar vivo. Certamente, as palavras de Jeová são mais sábias, mas, será que entendemos a sabedoria de tais palavras??
Mesmo em uma terra de grande fartura, haverá pobres. QUAL O MOTIVO DISTO ACONTECER?? Como será que vocês tratarão os seus irmãos pobres?? Como tratarão o residente forasteiro??
O empréstimo é uma relação comercial e Jeová NÃO ORDENOU a existência do empréstimo. Jeová NÃO INSTITUIU o empréstimo. Para Jeová, o empréstimo não era alternativa correta. Não era isto o que Jeová faria pelo atribulado. Ele usaria de BONDADE para com o atribulado. Ele perdoaria a dívida do atribulado. JEOVÁ DOARIA aquilo que o atribulado necessitasse. Jeová disse: Eu sou clemente.

Assim é definido clemência por certo dicionário:

CLEMÊNCIA  s.f. Virtude que consiste em PERDOAR ou atenuar os castigos; bondade, indulgência: agir com clemência. / Fig. Doçura: a clemência da temperatura.
No entanto, se você decidir emprestar ao atribulado, pelo menos não cobres juros. Lembre-se de que ele já é atribulado.
No entanto, SE MESMO ASSIM a pessoa resolvesse agir com ganância, o que fazer??
Jeová disse mais: Se você INSISTIR em agir com ganância não passe deste limite. Veja em que condição chegará o necessitado. Se você passar deste limite, ele clamará a mim. Não se esqueçam; Eu sou CLEMENTE. As palavras saídas da boca de Jeová foram: (Êxodo 22:25-27) 25 “SE emprestares dinheiro ao meu povo, ao atribulado ao teu lado, NÃO DEVES tornar-te como agiota para ele. Não lhe deves impor juros. 26 “SE É QUE tomares em penhor o manto do teu próximo, deves restituir-lho ao pôr do sol. 27 Pois é a sua única cobertura. É a sua capa para a sua pele. Em que se deitará? E terá de acontecer que ELE CLAMARÁ a mim e EU CERTAMENTE OUVIREI, PORQUE SOU CLEMENTE.Jeová revelou de que lado Ele ficaria. Ele ficaria do lado do pobre, embora o rico ficasse furioso por não receber de volta o que emprestou. Em uma terra de fartura, você chegaria ao ponto de exigir como penhor, o manto de teu próximo, sim, aquele que ele usa para dormir? Você chegaria a este ponto?? Se chegares, pelo menos lhe devolva o manto ao pôr do sol.
Outro uso da expressão "se é que":
(Êxodo 22:22-24) 22 “NÃO DEVEIS atribular nenhuma viúva nem o menino órfão de pai. 23 SE É QUE o atribulares, então, se é que ele clamar a mim, sem falta ouvirei o seu clamor; 24 e deveras se acenderá a minha ira e certamente vos matarei à espada, e vossas esposas terão de tornar-se viúvas e vossos filhos, órfãos de pai.
Em ambos os casos, a expressão "se é que" está precedida de uma ordem de "não fazer" algo. A expressão seguinte é: se chegardes ao ponto de fazer....
Jeová não instituiu o emprestar sob caução, o emprestar condicionado a existência de um penhor. Jeová sabia onde este procedimento levaria os humanos. Jeová não ensinou o humano a ser um ganancioso. As anteriores palavras de Jeová foram: "Não seja ganancioso, não se comporte assim". Jeová chamava a atenção do ganancioso para que este notasse a condição do seu irmão carente. Até onde irá a tua insensibilidade?? Será que o ganancioso deixaria as coisas chegarem a este ponto extremo?? Será que o ganancioso iria além deste ponto extremo chamado a atenção por Jeová??
Jeová não instituiu o penhorar o manto. Para chegar ao ponto de penhorar seu manto, sua cobertura para a noite, o carente revelava o seu grau de carência e o ganancioso revelava o seu grau de insensibilidade. Certamente tal empréstimo fosse unicamente para o alimento daquele dia, uma busca desesperada pelo pão para aquele dia. Será que a INSENSIBILIDADE do ganancioso poderia ir além disso??
O ganancioso não estava preocupado se o pobre tinha ou não alimento, antes, estava preocupado em ter de volta o ínfimo pedacinho do seu estoque (sobra) que ele emprestou (cedeu temporariamente) ao pobre.
Jeová disse: Fique com o que você chama de prejuízo, mas devolva-lhe o manto.
Sendo obrigado por lei a devolver o manto ao carente, o ganancioso confirmava o seu prejuízo, pois o carente ficou com parte do seu estoque a ainda continuou com o penhor (o manto). Quanta DOR isto causa no ganancioso!! Assim, aquele ganancioso não permitiria que esta cena se repetisse e certamente não emprestaria mais a este pobre carente. Certamente, tal ganancioso diria: Este pobre carente não teve palavra, não cumpriu o compromisso, não é mais confiável; não lhe emprestarei mais nada. Eu não lhe emprestarei mais nada, pois ele é um mal pagador, ele é um iníquo. O iníquo toma emprestado e não paga de volta. Que ele penhore a si próprio ou alguém de sua família, se tornando meu escravo, mas que me pague a dívida (me devolva o que eu lhe emprestei) e deixe de ser iníquo.
E quando tal homem morria sem pagar a dívida?? O que fazer neste caso?? Bem, neste caso, o credor exigia que a viúva pagasse. Mas, se a viúva não tivesse como pagar tal dívida?? Bem, exigia-se que os órfãos fossem usados como escravos. Era isto mesmo que acontecia?? Sim, era.
Vamos ver uma situação real?? Assim está registrado: (2 Reis 4:1) 4 Ora, havia certa mulher das esposas dos filhos dos profetas que clamou a Eliseu, dizendo: “Teu servo, meu esposo, morreu; e tu mesmo bem sabes que o teu próprio servo temia continuamente a Jeová, e veio o próprio credor para tomar ambos os meus filhos a FIM DE SEREM ESCRAVOS seus.”

No entanto, Jeová já havia afirmado: E teu irmão tem de ficar vivo contigo. Neste caso, o pobre seria visto como uma eterna fonte de prejuízo para o rico.
Usando a teoria de que ter em abundância representava ter a bênção de Jeová, de forma oposta, aquele que chegasse à pobreza é porque não tinha a bênção de Jeová. Que ele vá atrás de sua bênção, exclamaria. E logo depois, o ganancioso chegaria a conclusão de que o pobre estava recebendo uma maldição da parte de Jeová. Certamente raciocinaria: Jeová não abençoa os iníquos. Certamente raciocinaria: Se ele é um homem pobre é porque ele não é um homem justo. Este Salmo retrata bem e de forma coerente, o sentimento do povo de Jeová em relação ao pobre: (Salmos 37:21-26) 21 O iníquo toma emprestado e não paga de volta, Mas o justo está mostrando favor e está dando presentes. 22 Porque os abençoados por ele são os que possuirão a terra, Mas aqueles sobre quem ele invoca o mal serão decepados. ? [Meme] 23 Por Jeová foram aprontados os próprios passos do varão vigoroso, E Ele se agrada do seu caminho. 24 Embora caia, não será arremessado PARA BAIXO, Porque Jeová lhe sustenta a mão. ? [Nune] 25 Eu era moço, também fiquei velho, E, no entanto, não vi nenhum justo completamente abandonado, Nem a sua descendência procurando pão. 26 O dia inteiro ele mostra favor E EMPRESTA, E por isso a sua descendência está para receber uma bênção.
O “justo”, por ser abençoado, sempre terá em abundância e sempre poderá “emprestar”. Realmente, "emprestar" era tido como ato de generosidade a ser recompensado.
O "justo" EMPRESTA e certamente receberá uma bênção por EMPRESTAR.
Se ele não paga o que deve, certamente ele não é um homem justo. O justo não era empurrado para baixo, ou seja, para a pobreza. O justo sempre está por cima, ou seja, na abundância, na riqueza. O justo não será arremessado para a pobreza, abaixo. O justo é aquele que empresta e iníquo é aquele causa prejuízo ao justo por não devolver o que tomou emprestado. Quem não paga o que deve é iníquo.
No entanto, o que Jeová pensava sobre esta afirmação e sobre este assunto?? Foi Jeová quem fez estas afirmações??
A ordem que Jeová tinha dado tempos antes do discurso de despedida de Moisés foi: TENS DE AMPARÁ-LO. Nesta terra de fartura, Se teu irmão ficar pobre, tens de ampará-lo.
O irmão QUE FICOU pobre precisava ser "AMPARADO". São sinônimos de amparar: acudir, ajudar, auxiliar, defender, proteger, salvar ou socorrer. Assim devia ser tratado o irmão que ficou pobre. O mesmo tratamento que deveria ser dado ao residente forasteiro ou qualquer estrangeiro. Assim certo dicionário define amparar e amparo:

AMPARAR v.t. Dar amparo a; auxiliar, proteger, suster, sustentar.
AMPARO s.m. Ação de amparar; esteio, proteção, arrimo, auxílio. / Refúgio, abrigo. / Pessoa que protege, sustenta: ele era o amparo da família.
A Tradução Brasileira usa o termo sustentá-lo-ás. Pratique a ação de sustentar.
SUSTENTAR – Esta é a definição dada pelo dicionário Houaiss: “Dar” alimentação; alimentar; nutrir
sustentar
v. (sXIV) 1 t.d. e pron. evitar a queda, manter o equilíbrio de; suster(-se), apoiar(-se) <várias colunas sustentam o teto> <sustentou-se no corrimão para não cair> 2 t.d. e pron. manter a resistência a; resistir, aguentar(-se) <a população sustentou o cerco durante cinco meses> <a tropa não pôde s.-se frente a tão poderoso inimigo> 3 t.d. e pron. dar ou receber alimentação; alimentar(-se), nutrir(-se) <s. um filho> <s.-se de raízes> 4 t.d. e pron. dar ou obter os recursos necessários à sobrevivência ou à manutenção; manter(-se), conservar(-se) <s. uma instituição de caridade> <sustenta-se com recursos próprios> 5 t.d. garantir e fornecer os meios necessários para a realização e continuação de (uma atividade) <s. uma guerra> <s. um programa espacial> 6 t.d. fig. servir de alimento moral a; instruir, edificar <a boa leitura sustenta o espírito> 7 t.d. impedir a ruína de; auxiliar, proteger, socorrer <um crédito amplo sustentou a instituição financeira> 8 t.d. permanecer em (algum lugar), resistindo, lutando <s. um posto, uma posição> 9 t.d. defender com argumentos, arrazoados, provas <s. uma teoria> <s. uma tese> 10 t.d. dar continuidade a, não se dar por vencido em (discussão, debate etc.) <ele adorava s. longas polêmicas com os acadêmicos> 11 t.d. afirmar categoricamente <sustentou até o fim que era inocente> 12 t.d. repetir (o que foi dito anteriormente); insistir, confirmar, reafirmar <a testemunha sustentou sua declaração anterior> 13 t.d. e pron. dar(-se) forças, manter(-se) firme, sem fraquejar; fortalecer(-se), encorajar(-se) <o que a sustentou foi a sua fé> <s.-se na fé> 14 t.d. mús manter por um tempo maior do que o normal (nota, pausa, voz etc.) ¤ etim lat. sustento,as,ávi,átum,áre 'id.' ¤ sin/var ver sinonímia de garantir, nutrir e proteger ¤ hom sustentáveis(2ªp.pl.) / sustentáveis(pl.sustentável[adj.2g.]); sustento(1ªp.s.) / sustento(s.m.)

Neste caso, o humano israelita devia prover o sustento para o pobre. O humano devia prover o sustento para o estrangeiro.
Não é para vender o alimento; não é para trocar o alimento por alguma coisa que o outro humano ainda tenha. Não é para negociar; não é para comercializar.
SUSTENTO – esta é a definição dada pelo dicionário Houaiss: alimentar para continuar vivo; garantir que continue vivo
sustento
s.m. (1664) ato ou efeito de sustentar(-se) 1 ato ou efeito de manter(-se) e alimentar(-se) para continuar vivo, gozando de boa saúde; alimentação, nutrição, manutenção <tudo o que ganhava ia para o s. da família> <ele já pode ganhar para seu próprio s.> 2 aquilo que é utilizado para garantir a vida; alimento, mantimento <tiram o s. da terra> 3 fig. alimento espiritual; sustentáculo <a boa leitura é o s. do espírito> 4 aquele que sustenta (algo ou alguém); mantenedor, sustentáculo, arrimo <ele é o único s. dessa família> 5 ato ou efeito de garantir a continuação de; manutenção, mantenimento, amparo <dotações governamentais constituem o s. de certas instituições assistenciais> ¤ etim regr. de sustentar ¤ sin/var ver sinonímia de alimento ¤ hom sustento(fl.sustentar)

Neste caso, o israelita passava a ser responsável em garantir a continuidade da vida daquele pobre.
Neste caso, o israelita passava a ser responsável em garantir a continuidade da vida do estrangeiro que estivesse em seu território físico.
Neste caso, do ponto de vista de Jeová, o pobre e o estrangeiro estavam sob os cuidados dos israelitas que tivessem algo. Aqueles que não tinham estavam sob os cuidados daqueles que tinham.
Estavam “SOB OS CUIDADOS” daqueles que tinham o alimento.
UM outro sinônimo de amparar é suster.

SUSTER – esta é a definição dada pelo dicionário Houaiss: segurar para evitar que caia; alimentar, nutrir.

suster
v. (sXIII) 1 t.d. e pron. segurar[-se] (algo ou alguém) para evitar que caia; firmar(-se), sustentar(-se) <um pilar sustém o teto> <s.-se a uma cerca> 2 t.d. impedir de (soltar-se, andar, avançar, mover-se etc.); deter <o guarda susteve o ladrão pelo braço> <s. o ataque das tropas> <o freio sustém o carro na descida> 3 t.d. e pron. parar, estacar, interromper (movimento próprio ou alheio) <susteve o galope do cavalo> <s.-se na corrida> 4 t.d. e pron. conter a ação de (algo, alguém ou si próprio); reprimir(-se), refrear(-se) <s. o riso> <sem poder s.-se, avançou sobre o provocador> 5 t.d. cortar, suspender, restringir, moderar <s. os gastos> 6 t.d. fazer permanecer; conservar, manter <a coragem o susteve firme em seu posto> 7 t.d. e pron. sustentar(-se), alimentar(-se), nutrir(-se) <s. um filho> <s.-se de raízes> 8 pron. manter-se firme, em pé ou em equilíbrio; equilibrar-se, sustentar-se <ferida, sem poder s.-se no ar, a ave caiu> <mal podia s.-se de tão cansado> ¤ gram a respeito da conj. deste verbo, ver gram no verbete ter ¤ etim lat. sustinèo,es,tinùi,tentum,nére 'id.' ¤ sin/var ver sinonímia de reprimir

Fica cada vez mais claro o que Jeová tinha em mente quanto aos cuidados que deveriam ser dispensados pelos israelitas aos estrangeiros existentes dentro do reino de Israel.

Será que “emprestar” é uma forma de amparar, sustentar, nutrir e alimentar o faminto?? Será que “emprestar” é uma forma de garantir a continuidade da vida do pobre e do estrangeiro?? Será que emprestar é se responsabilizar pela continuidade da vida do pobre e do estrangeiro?? Para o ganancioso, sim.

Quão distante está o "AMPARAR" ordenado por Jeová do generosamente "emprestar sob caução" ou simplesmente emprestar tudo o que ele precisa. Sendo “amparado”, o irmão que ficou pobre se sentiria seguro e amado, não se preocupando se iria ou não comer no dia seguinte, pois estaria sendo AMPARADO, sustentado, acudido, auxiliado, defendido, protegido, salvo e socorrido por seus irmãos. O AMPARAR não leva o pobre ao estado de escravo. Certamente, a forma que Jeová ordena cuidar do irmão que ficou pobre, esta sim, esta é uma forma de demonstrar generosidade. É a forma altruísta de fazer as coisas. A forma altruísta é aquela desinteressada de lucro. O altruísta ABOMINA a palavra lucro. O altruísta continua a fazer sem se importar com os verbos “ganhar” ou “perder”.

O altruísta não está interessado na vantagem.

LUCRO – Esta é a definição dada pelo dicionário Houaiss: qualquer vantagem que se possa tirar de alguma coisa.

lucro
s.m. (1696) 1 qualquer vantagem, benefício (material, intelectual ou moral) que se pode tirar de alguma coisa 2 econ ganho auferido durante uma operação comercial ou no exercício de uma atividade econômica ² l. bruto econ aquele que é dado pela diferença efetiva entre o preço de aquisição, ou de custo, e o preço de venda alcançado • l. líquido econ aquele que é dado pela diferença entre o preço de aquisição ou de custo, aumentado das despesas necessárias para operar a venda ¤ etim lat. lucrum,i 'ganho, vantagem, proveito' ¤ sin/var ágio, benefício, emolumento, gança, ganço, ganho, interesse, maneio, proveito, usura, vantagem ¤ ant prejuízo ¤ hom lucro(fl.lucrar)

São sinônimos de lucro: ganho, vantagem, proveito, interesse, proveito, usura, ágio, ganço....

Do ponto de vista do Pai, o lucro pessoal não deveria acompanhar o relacionamento humano. A busca do lucro pessoal está diretamente relacionada com o egoísmo.

Do ponto de vista do Pai, o que deve ser permanentemente valorizado é a continuidade da vida. O Pai responsabiliza aquele que tem pela continuidade da vida daquele que não tem.

Neste caso, nota-se claramente que os mandamentos do Pai sempre visam a PROTEÇÃO da vida, pois SEMPRE objetivam a CONTINUIDADE da vida.


Mas, e se ele for um iníquo, devo ampará-lo mesmo assim??
O que ocorre se o pobre for um iníquo?? O que ocorre se o estrangeiro for um iníquo??

As palavras saídas da boca de Jeová centenas de anos depois da morte de Moisés e no momento de punição do povo que Ele amava, exatamente por se afastarem das ordens dadas por Jeová, foram estas:
(Ezequiel 18:5-18) 5 “‘E no que se refere ao homem, se ele veio a ser justo e tem praticado o juízo e a justiça; 6 se não comeu nos montes e não elevou seus olhos para os ídolos sórdidos da casa de Israel, e não aviltou a esposa de seu companheiro, e não se chegou a uma mulher na sua impureza; 7 e se não maltratou a nenhum homem; se RESTITUIU O PENHOR tomado pela dívida; se não arrebatou nada em roubo; se deu o seu próprio pão ao faminto e cobriu com roupa ao que estava nu; 8 se não deu NADA em troca de juros e NÃO TOMOU USURA ; se retirou sua mão da injustiça; se praticou a verdadeira justiça entre homem e homem; 9 se tem andado nos meus estatutos e tem guardado as minhas decisões judiciais para praticar a verdade, ele é justo. Ele positivamente continuará a viver’, é a pronunciação do Soberano Senhor Jeová. 10 “‘E [se] alguém se tornou pai de um filho que é salteador, derramador de sangue, que fez coisas semelhantes a uma destas; 11 (mas ele mesmo não fez nenhuma destas coisas;) se também comeu sobre os montes e aviltou a esposa de seu companheiro; 12 se maltratou o atribulado e pobre; se arrebatou coisas em roubo, NÃO RESTITUINDO A COISA TOMADA EM PENHOR; e se elevou seus olhos para os ídolos sórdidos, fez uma coisa detestável. 13 Deu em troca de  USURA e cobrou juros, e ele positivamente não continuará a viver. Fez todas estas coisas detestáveis. Positivamente será morto. Sobre ele é que virá a haver seu próprio sangue. 14 “‘E eis que alguém se tornou pai de um filho que continua vendo todos os pecados de seu pai, que este tem praticado, e ele [os] vê e não faz coisas semelhantes a eles. 15 Não comeu sobre os montes e não elevou seus olhos para os ídolos sórdidos da casa de Israel; não aviltou a esposa de seu companheiro; 16 e não maltratou homem algum, NEM SE APODEROU DE ALGUMA COISA PENHORADA, e não tomou nada em roubo; DEU o seu próprio pão ao faminto e cobriu com roupa ao que estava nu; 17 retirou sua mão do atribulado; não tomou nem USURA nem juros; cumpriu as minhas decisões judiciais; andou nos meus estatutos; ele mesmo não morrerá por causa do erro de seu pai. Positivamente continuará a viver. 18 Quanto a seu pai, por ter praticado flagrante defraudação, arrebatando em roubo algo de um irmão e fazendo o que não é bom no meio dos seus povos, eis que então terá de morrer pelo seu erro.
No lugar de tirar vantagem da situação do homem necessitado, do homem que carece, a ordem de Jeová foi de: tens de ampará-lo. A ordem de Jeová foi totalmente inversa. A ordem que saiu da boca de Jeová foi: “Tens de ampará-lo”. Será que o ato de emprestar mesmo sem juros ao que carece, transmite a ideia de amparar?? Será que emprestar sob caução é amparar o pobre, é amparar aquele que carece?? “Dar” com o objetivo de “lucro”?? "Dar em TROCA de usura", ou seja, tirar vantagem da situação daquele que necessita, daquele que carece, é ato classificado por Jeová como uma coisa detestável, como sendo iniquidade. Ele empresta sob caução, exigindo o penhor, só para não reduzir o seu estoque. Quanta insensibilidade!!! A penalidade por “dar em troca de usura” é a morte. A prática da agiotagem é vista por Jeová como uma coisa detestável. Definitivamente, emprestar sob caução não foi e não é visto por Jeová como um ato de generosidade. De forma contrária, é visto como uma coisa detestável.

Este “dar” tinha uma motivação. Qual era a motivação do “dar”?? Conseguir o lucro. Conseguir o ganho.

Jeová falou em DAR, não falou em emprestar, falou?? Aquele que dá do seu próprio pão ao faminto está andando nos estatutos de Jeová. E quanto àquele que empresta da sua sobra, do seu estoque e ainda exige a devolução, nos estatutos de quem ele está andando??
"Dar em TROCA de usura" se configura na hora em que se empresta, não na hora em que se cobra a dívida, na hora em que se exige o penhor, na hora em que se apossa do penhor.
É na hora em que você entrega o que foi solicitado pela outra pessoa que você define no seu coração sobre o teu desejo de ter de volta ou de não ter de volta aquilo que está saindo da tua mão e chegando na mão da outra pessoa.

O objetivo é conseguir “lucro” mesmo que seja nesta situação delicada para o pobre. Se não conseguir o lucro, pelo menos não ter prejuízo com esta situação do próximo. “Ele passa por dificuldades e o prejuízo passa a ser meu”?? Isto pensará o ganancioso. O ganancioso só pensa em lucro, e para ele, o que não é lucro certamente é prejuízo.

MESMO DEPOIS da morte do devedor, a dívida continuava a ser cobrada. Os órfãos e a viúva, que DEVERIAM SER AMPARADOS, passavam a ser objetos a serem tomados pelo pagamento da dívida. O credor não queria o prejuízo.

PREJUÍZOEsta é a definição dada por certo dicionário:
prejuízo
[Do lat. praejudiciu.]
Substantivo masculino.
1.Ato ou efeito de prejudicar; dano.
2.Preconceito (2 e 3).
O credor certamente afirmaria: “Fui praticar um ato de generosidade para com aquele pobre e veja o que aconteceu, veja que prejuízo ele está me causando; ele está me causando um dano. Ele morreu e me deixou o prejuízo”. O credor via iniquidade naqueles a quem ele deveria amparar. Decerto, ele não via a sua própria iniquidade.

NÃO SE APODERAR DA COISA PENHORADA – isto é um ato de justiça.

Antes de se apoderar definitivamente ou não de alguma coisa penhorada, o agiota aguardava que o endividado pagasse a sua dívida. Não acontecendo a esperada quitação, o esperado pagamento da dívida, a devolução do empréstimo, o agiota achava-se no direito de apoderar-se da coisa penhorada e assim o fazia. Se ele não devolveu o que era meu, então ele é iníquo. Agindo desta forma, o agiota empurrava o necessitado para a condição de escravo, quando estava na sua mão o poder para impedir que o carente chegasse nesta condição de escravo. Será que isto é amparar o pobre, amparar o carente?? A TROCA DA FOME PELA DÍVIDA - seria uma troca justa?? O ganancioso certamente raciocinaria: “Eu já fiz meu ato de generosidade, emprestando sob caução, tudo o ele necessitava, de que carecia e dei-lhe tempo para que me DEVOLVESSE, no entanto, ele não me pagou e ainda tive de lhe devolver o penhor, ficando com o meu prejuízo, pois houve uma redução do meu estoque. Já que o pobre não tem mais nada para servir de penhor, não tem como pagar o empréstimo, então, que ele penhore a si mesmo e se torne meu escravo em troca do alimento, e assim eu recupero o meu prejuízo, e, sendo meu escravo, ele não morrerá de fome. Ser meu escravo é o que resta a ele ou morrer de fome; a escolha agora é dele. ELE TEM DE COMPREENDER QUE FAZÊ-LO MEU ESCRAVO É UM ATO DE GENEROSIDADE DA MINHA PARTE.
Mas, o que acontecerá a ele se eu não precisar de mais escravos?? O que acontecerá a ele se eu não quiser que ele seja meu escravo nas condições da lei??
Jeová classificou o “se apoderar de alguma coisa penhorada”, qualquer coisa, como praticar uma coisa detestável, cuja penalidade era a morte. No entanto, para o humano, se apoderar do penhor dado pela dívida era considerado normal, legal e um direito do agiota. Exigir a devolução do empréstimo era um direito legal que o justo tinha, raciocinavam. “Deixar de devolver o empréstimo, isto sim é que é iniquidade” - foi o que passou a valer.
Agiotagem é pecado contra o irmão judeu ou contra qualquer ser humano de qualquer outra nacionalidade, amigo ou inimigo??
Em lugar de instituir o emprestar sob caução àquele que está pobre, àquele que carece, Jeová revelou através de Isaías, o que Ele realmente amava. A boca fala daquilo que o coração está cheio. Estas foram as palavras saídas da boca de Jeová: (Isaías 58:6-10) 6 “Não é este o jejum que escolhi? Soltar os grilhões da iniquidade, desatar as brochas da canga e deixar ir livres os esmagados, e que rompais toda canga? 7 Não é PARTILHARES O TEU PÃO AO FAMINTO e introduzires na [tua] casa pessoas atribuladas, sem lar? Que, caso vejas alguém nu, tu o tenhas de cobrir, e que não te ocultes da tua própria carne? 8 “Neste caso romperia a tua luz como a alva; e rapidamente surgiria para ti o restabelecimento. E certamente andaria diante de ti a tua justiça; a própria glória de Jeová seria a tua retaguarda. 9 Neste caso chamarias e o próprio Jeová te responderia; clamarias por ajuda e ele diria: ‘Eis-me aqui!’ “Se removeres do teu meio a canga, o apontar com o dedo e falar o que é prejudicial, 10 e CONCEDERES AO FAMINTO O TEU PRÓPRIO [DESEJO DA] ALMA E FARTARES A ALMA ATRIBULADA, então certamente raiará a tua luz mesmo na escuridão e as tuas trevas serão como o meio-dia.

Em algum lugar se fala em emprestar??

No lugar de escravizar outros e fazê-los trabalhar para você, pondo nele uma canga, partilhe o teu pão com o faminto. Quanta diferença!! Romper toda a canga, deixando ir livre os escravos, partilhe o teu pão com aquele que está com fome, introduza na sua casa os sem teto, divida seu lar com ele, dê roupa para quem não tem. Jeová afirma que no seu reino as coisas deviam ser deste jeito. Aquele não era o reino de Jeová?? O jejum que Eu escolhi é que não haja escravos. Era desta forma que os súditos deviam agir. Quanta diferença!!
Empreste sob caução aquilo de que o seu irmão pobre necessita, de que carece “OU” abra mão daquilo que você se apossou em benefício daquele que carece?? 
A palavra saída da boca de Jeová, séculos depois de Moisés, nos revela a Sua versão: PARTILHAR no lugar de emprestar sob caução; CONCEDER no lugar de emprestar sob fiança. Partilhar, é DIVIDIR o que se tem, é dividir o estoque, quer seja grande, quer seja pequeno. Partilhar é DAR. O importante é FARTAR a alma atribulada. Não faça de ninguém um escravo. Enquanto que para o ganancioso a coisa mais importante é manter e aumentar seu estoque, para Jeová, a coisa mais importante é fartar a alma atribulada. O desejo de Jeová confronta-se com o desejo do ganancioso. Jeová valoriza a vida enquanto o ganancioso valoriza seu estoque. Confirmamos então que a ação que Jeová usa é o DAR. o seu estoque àquele que tem fome, àquele que carece. "Dar" é diferente de "emprestar". Não fuja daquele que continua carente; não fuja do pobre para defender o teu estoque. NÃO TE OMITAS DO POBRE.

A palavra saída da boca de Jesus.
(Lucas 6:30) 30 a todo o que te pedir, e daquele que te tirar tuas coisas, não [as] peças de volta.
(Lucas 6:34-36) 34 Também, se emprestardes [sem juros] àqueles de quem esperais receber, de que mérito é isso para vós? Até mesmo pecadores emprestam [sem juros] a pecadores, para receberem de volta o mesmo. 35 Ao contrário, continuai a amar os vossos inimigos e a fazer o bem, e a emprestar [sem juros], NÃO ESPERANDO NADA DE VOLTA; e a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque ele é benigno para com os ingratos e os iníquos. 36 Continuai a tornar-vos misericordiosos, assim como vosso Pai é misericordioso.

O verbo da ação é o verbo “dar”. O verbo “dar” define uma ação diferente da ação que corresponde a “emprestar”.
Emprestar sem esperar receber??

O ser humano tinha a sua visão do que era agir com misericórdia, no entanto, Jesus lhes trouxe a atenção de que o Pai estava ensinando a ser misericordioso. O Pai é que devia ser imitado. O Pai é quem estabelecia o modelo.
Aqueles que vocês chamam de pecadores, emprestam sem juros esperando receber o mesmo de volta. Façam diferente. Empreste sem esperar receber de volta. Era um emprestar diferente?? Sim. É sem esperar receber de volta.
A ordem dada por Jesus foi "Dar", não foi "emprestar". Se você emprestar, empreste sem pedir garantia, empreste sem esperar receber e se a pessoa não pagar, deixe pra lá. Emprestar sem esperar receber é o mesmo que DAR. Aquele que te tirar tuas coisas, não as peças de volta. Desprenda-se daquilo que é material. Aquilo que sai da mão daquele que tem em direção àquele que não tem, não possui nenhum vínculo com aquele que está entregando. Ele não tem sentimento de posse sobre aquilo que está saindo de sua mão. A vida é muito mais importante. O valor da tua vida é igual ao valor da vida de outro, quer seja amigo, quer seja inimigo.
O sentimento é 100% oposto. Quem empresta espera receber de volta. Tanto espera quanto exige receber de volta, chegando até mesmo a chamar de iníquo aquele que não devolve. Jeová ordena através de Jesus: Não espere receber nada de volta”.
Jesus associou o “dar” ou “emprestar sem o desejo de receber de volta”, com o tornar-se misericordioso. DAR de forma altruísta (sem interesse) àquele que necessita é ser misericordioso. Ter e não dar, ou ainda, impor condições para dar, ou mais ainda, tirar vantagem daquele que vem te pedir algo de que ele necessita por causa da carência deste, é ser insensível, é fazer algo detestável perante Jeová. Ser generoso é DAR sem querer receber nada de volta; bem diferente do conceito humano. Ser generoso é ser altruísta, é ser abnegado; ser generoso é DAR de forma altruísta ao pobre, aquilo de que ele necessita, aquilo de que carece. Ser misericordioso exige sensibilidade. "DAR" é um fruto da misericórdia divina, enquanto que o "emprestar" não é. Jeová não pratica o "emprestar".
Para o egoísta, "emprestar sob caução" ou simplesmente emprestar é um ato de generosidade enquanto que para o altruísta, "DAR sem querer nada de volta" é que é um ato de generosidade.
Assim é definido Altruísmo por certo dicionário:

Altruísmo. s.m. Amor desinteressado ao próximo; abnegação; filantropia. (O contr. de egoísmo)
Altruísmo é o oposto de egoísmo. Isto é bem significativo. No altruísmo, o amor dado é para o benefício exclusivo do recebedor. Ele não o faz para receber algo para si em troca. Ele não visa um lucro para si mesmo.

No egoísmo, o amor é dado com interesse egoísta, pois o dador deseja tirar vantagem para si mesmo, receber algo que ele deseja para si mesmo, como troca. Ele deseja lucrar. Se não lucrar, pelo menos receber a mesma coisa que foi dada.

Empreste sob caução aquilo de que o seu irmão pobre necessita, de que carece ou praticai o DAR???

PRATICAI O DAR. Assim define certo dicionário o termo “DAR”:

DAR v.t. Transferir ou ceder gratuitamente o que se possui; doar, presentear. / Pagar: quanto me dão pelo carro? / Ministrar, servir (comida, bebida, medicamento); aplicar: dei-lhe uma injeção na veia. / Produzir: esta árvore não dá frutos. / Ser suficiente, bastar: o dinheiro não deu para as despesas. / Render: as ações deram muito lucro. // Dar com, dar de cara com, encontrar, topar. // Dar para, estar voltado para, defrontar, ter vista: a janela dá para o nascente; ter aptidão, vocação: ele não dá para professor. // Dar passagem, dar entrada, deixar livre (o caminho), facultar. // Dar concerto, espetáculo, exibir-se, apresentar-se em público. // Dar ouvidos, prestar atenção, acatar. // Dar a saber, fazer constar, notificar. // Dar andamento a, promover a movimentação ou execução de (obra, processo). // Dar fé, testificar, afirmar como verdade, garantir a autenticidade de um documento. // — V.pr. Dar-se com (alguém), ter relações de amizade. // Dar-se (bem ou mal), sentir-se: dou-me bem nos climas frios. // Dar-se, ocorrer, acontecer: deu-se uma tragédia. (Conj. 2.)


QUEM “DÁ” – cede de forma DEFINITIVA, não deseja e não quer receber de volta. Quem “dá” nunca se sente prejudicado, nem mesmo quando não fica com nada. Não espera; não deseja.
QUEM “EMPRESTA” – cede de forma TEMPORÁRIA e deseja receber de volta com lucro ou sem lucro. O que não pode haver é o prejuízo de não receber de volta. Espera; deseja.
QUEM EMPRESTA não deseja abrir mão do que tem acumulado.
Quem “dá” - não espera receber de volta, ele abre mão daquilo que tem em favor de outro, de forma definitiva; quem “empresta” - deseja e espera receber de volta aquilo que ele cedeu de forma temporária. Assim, ele revela a diferença de estima que ele sente entre aquilo que foi emprestado e o pobre que recebeu dele o empréstimo.
São duas ações diferentes e dois SENTIMENTOS diferentes. São desejos e expectativas diferentes, na verdade, opostas.
É uma questão de valores diferentes?? Sim, é uma questão de valores bem diferentes.
Quem “empresta” está preocupado com aquilo que ele atribui valor, ou seja, o objeto que ele está emprestando.
Quem “dá” está preocupado com aquele que vai receber e não com o objeto dado.
Outras palavras saídas da boca de Jesus: (Lucas 6:38) 38 PRATICAI O DAR, e dar-vos-ão. Derramarão em vosso regaço uma medida excelente, recalcada, sacudida e transbordante. Pois, com a medida com que medis, medirão a vós em troca.”'
A ordem foi de praticar o DAR, não foi praticar o emprestar. O "DAR" acontece, se torna realidade quando se cede alguma coisa a alguém sem esperar receber qualquer coisa de volta. O objetivo daquele que , não é receber de volta aquilo que DEU. "Dar" é um ato altruísta.
Jesus falou como deveria tratar o carente, o necessitado: (Lucas 14:12-14) 12 A seguir passou a dizer também ao homem que o convidara: "Quando ofereceres um almoço ou uma refeição noturna, não chames os teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus ricos vizinhos. Talvez eles por sua vez te convidem também e isso se torne para ti uma restituição. 13 Mas, quando ofereceres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos; 14 e SERÁS FELIZ, PORQUE ELES NÃO TÊM NADA COM QUE TE PAGAR DE VOLTA. Porque se te pagará de volta na ressurreição dos justos.. . .
"Dar" esperando receber o mesmo de volta (emprestar), não produz a mesma alegria do "dar" altruísta. Este "dar" é que foi chamado a atenção por Jesus. As palavras de Jesus são sábias; são uma repetição das palavras de Jeová. Será que enxergamos a sabedoria destas palavras?? "DAR" sem esperar nada de volta é praticar o altruísmo, é praticar o amor abnegado, desinteressado.

Mesmo no momento em que se está dando, ele está pensando no momento em que ele vai receber de volta - assim é aquele que empresta.

Dar em troca de usura (lucro) foi classificado por Jeová como uma coisa detestável. Jesus estava trazendo a atenção para o sentimento de felicidade por uma inédita situação. A felicidade por praticar o "dar sem esperar nada de volta". Em lugar do pobre ser um fardo dispendioso, este era uma inédita e contínua fonte de felicidade. A felicidade de cuidar do necessitado, a felicidade de amparar o pobre necessitado. No lugar de exigir de volta o que foi emprestado com caução ou sem caução, a felicidade está em praticar o dar, em abrir mão da restituição. Isto sim é que é o "AMPARAR" que Jeová havia ordenado a seu povo através de Moisés. Isto sim é que é tratar generosamente o pobre necessitado, ao atribulado no teu meio. Isto é que é agir com misericórdia.
Se este israelita cobrava usura de seu irmão israelita, se exigia do seu irmão a devolução do empréstimo, se este israelita se apossava do penhor dado por seu irmão pela dívida, então, o que este israelita faria para com aquele que ele não via com sendo seu irmão??
A ganância está diretamente ligada com o cobiçar. COBIÇA, O QUE É?? COBIÇAR, O QUE É?? Vejamos as definições segundo certo dicionário -
COBIÇA s.f. Ato ou efeito de cobiçar. / Desejo imoderado de possuir.
COBIÇAR v.t. Desejar com avidez; apetecer ardentemente; ambicionar: cobiçar a fortuna.
 Jesus falou: Cuidado com a cobiça - (Lucas 12:15-21) 15 Então lhes disse: “Mantende os olhos abertos e guardai-vos de TODA SORTE DE cobiça, porque mesmo quando alguém tem abundância, sua vida não vem das coisas que possui.” 16 Com isso contou-lhes uma ilustração, dizendo: “A terra de certo homem rico produziu bem. 17 Conseqüentemente, ele começou a raciocinar no seu íntimo, dizendo: ‘Que farei, agora que não tenho onde ajuntar as minhas safras?’ 18 De modo que ele disse: ‘Farei o seguinte: Derrubarei os meus celeiros e construirei maiores, e ali ajuntarei todos os meus cereais e todas as minhas coisas boas; 19 e direi à minha alma: “Alma, tens muitas coisas boas acumuladas para muitos anos; folga, come, bebe, regala-te.”’ 20 Mas Deus disse-lhe: ‘Desarrazoado, esta noite te reclamarão a tua alma. Quem terá então as coisas que armazenaste?’ 21 Assim é com o homem que acumula para si tesouro, mas não é rico para com Deus.”

Ter muitas coisas boas ACUMULADAS para muitos anos é o desejo daquele que cobiça, e quanto mais se dá a este, mais ele vai querer acumular, armazenar e armazenar. O desejo de acumular pode estar presente tanto naquele que já tem muito, como naquele que nada tem. Quem deseja acumular, obviamente, não deseja partilhar. São sentimentos 100% opostos. Partilhar é uma ameaça para o "futuro seguro" (folga, come, bebe, regala-te) daquele que tem o desejo de acumular. Decerto, acumular é um dos frutos do egoísmo. Desejar é querer ter PARA SI qualquer coisa que exista, que se possa tocar ou não.

NÃO FUJA DELE SE ELE CONTINUAR CARENTE.
Quando alguém não consegue pagar a sua dívida, como deve ser tratado?? Seria ele um iníquo. Foi dito: O iníquo toma emprestado e não devolve. No entanto, Jesus afirmou: Se você decidir emprestar, faça-o sem esperar nada de volta. Como posso emprestar sem esperar receber nada de volta?? Ficou bem claro que o que tem de mudar é o SENTIMENTO de quem está de posse da riqueza, daquele que tem abundância e o TRATAMENTO que ele dá àquele que necessita daquilo que ele tem acumulado.
O carente tinha uma necessidade e agora o carente tem uma dívida e continua com a necessidade. BEM, O QUE FAZER COM ELE??
Como tratar o carente? Com misericórdia, com amor altruísta. Partilhe o pão. Perdoe, cancele sua dívida. Você tem o poder de perdoar, você tem a autoridade para perdoar. Jeová espera que você o ampare. Se você estipular um penhor, já está praticando a agiotagem. Se exigir o penhor, você estará praticando uma coisa detestável para Jeová.
Logo, trate-o assim como Jeová trata àquele que tem uma dívida para com Ele. Jeová mostra como é que se faz. MOSTRAREI SER é o seu nome.
(Mateus 6:9-13) 9 Portanto, tendes de orar do seguinte modo: “‘Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome. 10 Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra. 11 Dá-nos hoje o nosso pão para este dia; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas, ASSIM COMO nós também temos perdoado aos nossos devedores. 13 E não nos leves à tentação, mas livra-nos do iníquo.’
(Mateus 6:14-15) 14 Pois, se perdoardes aos homens as suas falhas, também o vosso Pai celestial vos perdoará; 15 ao passo que, se não perdoardes aos homens as suas falhas, tampouco o vosso Pai vos perdoará as vossas falhas.
Esta é a maior autoridade que nos foi dada. A autoridade de perdoar toda e qualquer dívida de nosso próximo. Jesus utilizou muito bem o seu grande poder de perdoar, sua autoridade para perdoar.
Se eu não perdoar a dívida do meu próximo, qualquer humano, como poderei fazer a oração do Pai Nosso? Como poderei pedir ao Pai que perdoe minha dívida que tenho para com Ele?? Mesmo não fazendo a oração do Pai Nosso, como poderei pedir ao Pai que me perdoe por ter cometido qualquer pecado?? Receber o perdão do Pai está condicionado a que eu perdoe aos homens as suas falhas. Jesus nos informou sobre este condicionamento estabelecido pelo Pai; era algo inédito assim como todos os demais artigos da nova lei entregue por Jesus no Sermão do Monte. Tratava-se de uma lei que trazia “coisas novas” e explicava “coisas velhas”.
Jesus, depois de cumprir sua missão na terra, foi chamado de A PALAVRA DE DEUS, exatamente por não modificar nem uma única vírgula daquilo que saiu da boca de Jeová:
(Revelação 19:11-13) 11 E eu vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. E o sentado nele chama-se Fiel e Verdadeiro, e ele julga e guerreia em justiça. 12 Seus olhos são chama ardente e na sua cabeça há muitos diademas. Ele tem um nome escrito que ninguém conhece, exceto ele mesmo, 13 e está vestido duma roupa exterior manchada de sangue, e O NOME PELO QUAL É CHAMADO É A Palavra de Deus.
Mesmo sabendo deste condicionamento, será que ainda insisto em não perdoar aos homens as suas falhas, em não perdoar suas dívidas para comigo?? Então é com hipocrisia que faço uma oração a Deus pedindo perdão por meus pecados, que são dívidas impagáveis.
Jesus foi questionado por exercer sua autoridade de perdoar humanos. Assim nos é contado pelo historiador Lucas:
(Lucas 5:20-26) 20 E, quando ele viu a fé que tinham, disse: HOMEM, TEUS PECADOS TE ESTÃO PERDOADOS.” 21 Em conseqüência disso, os escribas e os fariseus principiaram a raciocinar, dizendo: “Quem é este que fala blasfêmias? Quem pode perdoar pecados senão somente Deus?” 22 Mas Jesus, discernindo os seus raciocínios, disse-lhes em resposta: “O que estais raciocinando em vossos corações? 23 O que é mais fácil, dizer: ‘Teus pecados te estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’? 24 Mas, a fim de que saibais que o Filho do homem tem na terra AUTORIDADE PARA PERDOAR pecados —” ele disse ao paralítico: “Eu te digo: Levanta-te, apanha a tua pequena cama e vai para casa.” 25 E, no mesmo instante, este se levantou diante deles, apanhou aquilo em que se deitara e foi para casa, glorificando a Deus. 26 Todos foram então tomados de êxtase e começaram a glorificar a Deus, e ficaram cheios de temor, dizendo: “Vimos hoje coisas estranhas!”    
As palavras de Jesus são bastante claras: Todos os pecados serão perdoados aos homens, ou seja, o Pai perdoa todos os pecados dos homens e o Filho também perdoa todos os pecados dos homens. Você acredita nesta afirmação de Jesus??
(Mateus 12:31) 31 “Por esta razão, eu vos digo: TODA sorte de pecado e blasfêmia será perdoada aos homens, mas a blasfêmia contra o espírito não será perdoada.
(Marcos 3:28) 28 Deveras, eu vos digo que TODAS as coisas serão perdoadas aos filhos dos homens, não importa que pecados e blasfêmias cometam blasfemamente.. . .
Jeová nos ordena: Parai de julgar, parai de condenar; praticai o perdoar, assim como Eu tenho praticado. Jesus foi obediente a esta ordem do Pai. Tal Pai, tal Filho.

UMA SÁBIA LIÇÃO
O uso de uma “informação” para obter lucro pessoal
Ação de um homem generoso??
 (Gênesis 41:25-36) 25 José disse então a Faraó: “O sonho de Faraó é apenas um só. O que o [verdadeiro] Deus está fazendo, ele tem comunicado a Faraó. 26 As sete vacas boas são sete anos. Igualmente, as sete espigas boas são sete anos. O sonho é apenas um só. 27 E as sete vacas descarnadas e ruins que subiram após elas são sete anos; e as sete espigas vazias, abrasadas pelo vento oriental, mostrar-se-ão sete anos de fome. 28 Esta é a coisa que falei a Faraó: O que o [verdadeiro] Deus está fazendo, ele tem feito Faraó ver. 29 Eis que hão de vir sete anos de grande fartura em toda a terra do Egito. 30 Mas, após eles virão certamente sete anos de fome, e certamente será esquecida toda a fartura na terra do Egito e a fome simplesmente consumirá o país. 31 E não mais se conhecerá a fartura que antes havia no país, por causa dessa fome posterior, pois será por certo muito severa. 32 E o fato de que o sonho foi repetido duas vezes a Faraó significa que a coisa ficou firmemente estabelecida da parte do [verdadeiro] Deus, e o [verdadeiro] Deus se apressa em fazê-lo. 33 “Portanto, PROCURE AGORA FARAÓ UM HOMEM DISCRETO E SÁBIO, E CONSTITUA-O SOBRE A TERRA DO EGITO. 34 Atue Faraó e designe superintendentes sobre o país, e tem de recolher um quinto da terra do Egito durante os sete anos de fartura. 35 E reúnam eles todos os mantimentos destes vindouros anos bons e amontoem cereais, sob a mão de Faraó, para mantimentos nas cidades, e têm de resguardá-los. 36 E OS MANTIMENTOS TÊM DE SERVIR DE SUPRIMENTO para o país durante os sete anos de fome que haverá na terra do Egito, para que o país não seja decepado pela fome.”
 
Um caso de "bênção" especial ocorreu em toda a terra do Egito, quando houve superabundância durante sete anos. Também se previu igual período de carência. O que fazer neste caso?? Acumulou-se a grandiosa safra em armazéns. Acumulou-se visando o bem estar futuro. O que aconteceu no período de carência? A carência foi para todos, não só para o Egito. O que aconteceu então?? Qual foi a atitude tomada por aquele que estocou para o período de carência?? Porque passou ele a estocar?? Passou ele a "partilhar" o pão com os carentes?? Será que passou a negociar para tirar vantagem da situação desafortunada dos demais??
Alguém tinha a privilegiada informação sobre o que ocorreria nos próximos quatorze anos. O que fazer, estando de posse de tal valiosa informação??
Não se pode deixar passar por alto este detalhe: Os súditos de Faraó foram obrigados a fornecer gratuitamente a Faraó um quinto do fruto de seu trabalho durante sete anos. Os súditos foram obrigados a dar para Faraó um quinto dos cereais que eles produzissem e colhessem.
Primeiro aconteceu a troca de dinheiro por comida. Aí, acabou todo o dinheiro. Agora o Egito tinha a comida e todo o dinheiro que havia, enquanto que ao mesmo tempo persistia a fome para todos os demais. O que aconteceu então?? Bem, passou-se a trocar a comida pelos rebanhos, até que não havia mais rebanhos para trocar. Agora o Egito tinha a comida, todo o dinheiro e todos os rebanhos. O que aconteceu então?? Aí, passou-se a trocar a comida pelas terras junto com os proprietários destas terras, passando a torná-los escravos. Agora o Egito tinha a comida, todo o dinheiro, todo o rebanho, todos os terrenos e todos os homens como escravos. Foram assim mantidos perpetuamente como escravos trabalhando nas terras que agora pertenciam ao Faraó tendo de pagar o equivalente a 1/5 (um quinto) de toda a produção para Faraó, que continuava a aumentar a sua riqueza. Consequentemente, Faraó passou a DOMINAR sobre todos.
Depois de sete anos em que os súditos forneceram gratuitamente a Faraó parte do fruto do seu trabalho, (um quinto) estes levaram alguns anos para se tornarem definitivos escravos de Faraó. Deixaram de ser livres súditos e passaram a ser escravos.
A informação privilegiada foi usada para transformar aquelas pessoas que eram livres, em escravos daquele que recebeu a informação. Se a informação tivesse sido repartida, partilhada, pelo menos entre os egípcios, todos os egípcios passariam pela fome e continuariam livres depois dela.
No entanto, o resultado foi outro. Passou a haver grande concentração de riqueza e poder nas mãos de Faraó, pois ele era dono de tudo e as pessoas passaram a ser escravos de Faraó, exceto os sacerdotes. Estes continuavam com seus terrenos e não eram escravos de Faraó.
Isto é o que ocorre quando aquele que tem, resolve tirar vantagem da carência dos em sua volta, lucrando com a necessidade dos demais. Certamente ele enriquecerá mais e mais, levando os outros a aumentarem sua carência até estes chegarem ao estado de escravidão. Certamente é uma lição que ensina o resultado prático de quando não é usado o altruísmo. Um clássico exemplo de ganância. Quando os egoístas resolvem ser generosos, o resultado é a escravidão dos demais. Misericórdia?? Dar pão em troca da escravidão, que tipo de misericórdia é esta?? Um detalhe adicional: Foi o trabalho dos próprios egípcios que produziu o cereal estocado. Qual foi a paga? O resultado final foi a escravidão para aqueles que produziram e entregaram sua produção para Faraó. Esta é a misericórdia humana.
Assim nos foi contada esta parte da história:
DAR EM TROCA DE USURA - O ALIMENTO DADO AO FAMINTO, À BASE DE TROCA.
O uso da informação na obtenção de vantagem (lucro) – este foi o resultado final.
Enriquecer mais e mais com a fome alheia - um modelo de ganância, um modelo de insensibilidade.
E o insensato ainda é chamado de generoso.
É esta a ação de um homem generoso??
 (Gênesis 47:13-26) 13 Ora, não havia pão em todo o país, porque a fome era muito severa; e a terra do Egito e a terra de Canaã ficaram exauridas em resultado da fome. 14 E JOSÉ JUNTAVA TODO O DINHEIRO que se achava na terra do Egito e na terra de Canaã pelos cereais que as pessoas COMPRAVAM; e José trazia o dinheiro à casa de Faraó. 15 Com o tempo se esgotou o dinheiro da terra do Egito e da terra de Canaã, e todos os egípcios começaram a vir a José, dizendo: “DÁ-NOS PÃO! E por que devíamos morrer na tua frente por se ter acabado o dinheiro?” 16 José disse então: “ENTREGAI O VOSSO GADO e eu vos darei PÃO EM TROCA do vosso gado, se o dinheiro se tiver acabado.17 E começaram a trazer seu gado a José; e José dava-lhes PÃO EM TROCA dos seus cavalos e da criação do rebanho, e da criação de gado vacum, e dos jumentos, e abastecia-os de pão em troca de todo o seu gado, durante aquele ano. 18 Aquele ano chegou gradualmente ao fim, e começaram a vir a ele no ano seguinte e a dizer-lhe: “Não o ocultaremos do meu senhor, mas o dinheiro e a criação de animais domésticos esgotaram-se para meu senhor. Nada resta diante do meu senhor senão os nossos corpos e o nosso terreno. 19 Por que devíamos morrer diante dos teus olhos, tanto nós como o nosso terreno? Compra a nós e o nosso terreno por pão, e nós, junto com o nosso terreno, nos tornaremos escravos de Faraó; e dá-nos semente para que vivamos e não morramos, e o nosso terreno não fique desolado.” 20 José comprou assim todo o terreno dos egípcios para Faraó, porque os egípcios venderam cada um o seu campo, pois a fome se apoderara deles fortemente; E O PAÍS VEIO A SER DE FARAÓ. 21 Quanto ao povo, transferiu-o para as cidades, de uma extremidade do território do Egito até à sua outra extremidade. 22 Somente não comprou o terreno dos sacerdotes, porque as rações dos sacerdotes provinham de Faraó e eles comiam as suas rações que Faraó lhes dava. É por isso que não venderam seu terreno. 23 José disse então ao povo: “Eis que hoje comprei tanto a vós como o vosso terreno para Faraó. Aqui há semente para vós, e tendes de semear com ela o terreno. 24 Quando tiver resultado em produtos, então tereis de dar um quinto a Faraó, mas quatro partes se tornarão vossas, como semente para o campo e como mantimento para vós, e para os que há nas vossas casas, e para os vossos pequeninos comerem.” 25 Por conseguinte, disseram: “Preservaste-nos a vida. ACHEMOS FAVOR AOS OLHOS de meu senhor e nos tornaremos escravos de Faraó.” 26 E José passou a fazer disso um decreto até o dia de hoje, com respeito aos bens de terra do Egito, para que Faraó tivesse até o montante de um quinto. Somente o terreno dos sacerdotes, como grupo separado, não se tornou de Faraó.
Eu salvo você da morte e você se torna meu perpétuo escravo para aumentar ainda mais a minha riqueza. Eu sou um homem muito generoso, pois não deixei você morrer de fome. Agradeça a Deus pela minha “generosidade”.
Ora, se os próprios egípcios que produziram e forneceram o cereal gratuitamente a Faraó durante os sete anos, foram transformados em escravos, o que dizer dos residentes forasteiros?? Aqueles que chegaram no Egito na condição de residentes forasteiros, foram transformados em escravos em face do tratamento de agiota que foi imposto aos filhos de Jacó. José, um hebreu, foi o criador e executor de tal modelo e de tal decreto que beneficiou a Faraó, enriquecendo-o ainda mais e empobrecendo e escravizando o povo. Serem transformados em perpétuos escravos foi considerado como um ato de generosidade. O QUE BUSCAVA JOSÉ COM ESTE PLANO?? Certamente, aquilo que foi conseguido, ou seja, o pleno enriquecimento de Faraó.
Bem, depois da fome, por que não foram devolvidos os terrenos acrescido de algumas sementes àqueles que com o fruto do seu trabalho, encheram os armazéns de Faraó?? Afinal, foi com trabalho deles que o Egito não sofreu tanto com a fome.
A lei dada por Jeová a seu povo sempre lhes chamava a atenção sobre o fato de eles terem experimentado a condição de terem sido residentes forasteiros e escravos, e que deveriam tratar bem o residente forasteiro e o escravo quando chegassem na terra prometida de Canaã, a terra da abundância, não agindo como agiota para com o residente forasteiro e para com o pobre, ou seja, para com o necessitado, para com o carente. Não deviam seguir o "modelo" egípcio, decerto, um modelo que empurrava muitas pessoas para a escravidão e levava algumas pessoas a se beneficiarem desta escravidão.
O efeito colateral da existência de alguém rico é a existência de escravos que servem a este alguém rico, assim, não havendo alguém rico, não haverá escravos.
Em uma terra com grande abundância era um local propício para praticar o altruísmo. As leis dadas pelo Criador não permitiam no reino, o acúmulo de latifúndio e os obrigavam a perdoarem todas as dívidas e libertarem seus escravos. Exatamente o oposto do modelo Egípcio. Certamente era uma lei que promovia o altruísmo. Induzia-os a serem misericordiosos. Como incentivar a agiotagem e ainda afirmar que tal agiotagem entre os irmãos era um ato de generosidade para com o irmão carente? O ato de agiotagem empurra a vítima cada vez mais para a pobreza, para uma carência maior e para a escravidão. Vide a lição dada por Jeová no Egito. A agiotagem é um ato egoísta.
Se praticavam a agiotagem para com seus próprios irmãos, o que não fariam com os estrangeiros???? O objetivo final era fazer os estrangeiros trabalhar para eles; era transformar os estrangeiros em homens que serviam aos objetivos daquele que tem mais, era transformar os estrangeiros em escravos.
O desejo de acumular comida, bens e riquezas estava sendo combatido por Jeová. O próprio Jeová lhes ensinou importantes lições no ermo, havendo até mesmo punição com a morte em Quibrote-Ataavá.
Vejamos a descrição do que ocorreu ali:
(Números 11:31-35) 31 E levantou-se um vento da parte de Jeová e começou a impelir codornizes desde o mar e a deixá-las cair sobre o acampamento, cerca de um dia de jornada deste lado e cerca de um dia de jornada daquele lado, em volta do acampamento, e por cerca de dois côvados acima da superfície da terra. 32 O povo levantou-se então todo aquele dia e toda a noite, e todo o dia seguinte, e foram recolher as codornizes. Quem recolhia menos AJUNTOU DEZ ÔMERES, ESTENDIAM-NAS PARA SI por toda a parte, em volta do acampamento. 33 A carne estava ainda entre os seus dentes, antes que pudesse ser mastigada, quando se acendeu a ira de Jeová contra o povo e Jeová começou a atingir o povo com uma matança muito grande. 34 Aquele lugar veio a ser chamado pelo nome de Quibrote-Ataavá, porque ali enterraram o povo que mostrou ter almejo egoísta. 35 De Quibrote-Ataavá o povo partiu para Hazerote, e ficaram em Hazerote.

Para se ter uma ideia do tamanho do DESEJO de acumular, do tamanho da ganância, cada ômer correspondia a cerca de 220 litros. Jeová podia ter providenciado apenas uma ou duas codornizes para cada alma, no entanto, Jeová providenciou uma abundância. O que faria o povo com tamanha abundância?? Resultado, toneladas de alimento estocado por cada um dos muitos humanos. Foi o fruto da ganância. Almejo altruísta ou almejo egoísta??
Almejar é desejar ardentemente, ansiar.
A lição com o maná já ensinava a não acumular, ensinava a pegar apenas o necessário para os membros da família e apenas para aquele dia.
Vejamos a descrição desta importante lição divina:
(Êxodo 16:13-21) 13 Concordemente, deu-se à noitinha que começaram a vir codornizes e passaram a cobrir o acampamento, e de manhã se havia formado uma camada de orvalho em volta do acampamento. 14 Com o tempo, a camada de orvalho se evaporava e eis que havia na superfície do ermo uma coisa miúda, flocosa, miúda como a geada sobre a terra. 15 Quando os filhos de Israel chegaram a vê-la, começaram a dizer uns aos outros: “Que é isto?” Pois não sabiam o que era. Moisés disse-lhes, portanto: “É o pão que Jeová vos deu por alimento. 16 Esta é a palavra que JEOVÁ ORDENOU:COLHEI DISSO, CADA UM PROPORCIONALMENTE AO QUE COME. Deveis tomar a medida de UM GÔMOR PARA CADA UM, segundo o número de almas que cada um de vós tem na sua tenda.’” 17 E os filhos de Israel começaram a fazer isso; e foram apanhá-lo, alguns recolhendo muito e outros recolhendo pouco. 18 Quando o mediam pelo gômor, quem tinha recolhido muito não tinha sobra e quem tinha recolhido pouco não tinha falta. Apanharam-no cada um proporcionalmente ao que comia. 19 Moisés disse-lhes então: “Ninguém deixe sobrar nada até à manhã.” 20 Mas não escutaram a Moisés. Quando alguns homens deixavam sobrar parte dele até à manhã, criava bichos e cheirava mal; de modo que Moisés ficou indignado com eles. 21 E apanhavam-no manhã após manhã, cada um proporcionalmente ao que comia. Quando o sol esquentava, derretia-se.

SERÁ QUE ESTA ORDEM DE JEOVÁ CONTINUARIA VALENDO PARA TODO O POVO DURANTE O RESTO DE SUAS VIDAS, INCLUSIVE AO ENTRAR NA TERRA QUE MANA LEITE E MEL, UMA TERRA DE FARTURA?? NA TERRA DA PROMESSA, SERÁ QUE O POVO ACEITARIA ESTA ORDEM COMO SENDO VÁLIDA???


Um gômor equivalia a cerca de 2,2 litros. Será que esta lição serviria para alguma coisa quando eles estivessem na Terra que mana leite e mel, a terra da "abundância"?? Havendo "abundância", continuariam eles a pegar apenas o necessário para o dia?? Será que voltariam a armazenar e acumular para si em toda a volta??

O DESEJO deles ANTES de entrar na terra, o SONHO deles antes de entrar na terra, o ALMEJO deles já dava a resposta satisfatória a esta pergunta. O sonho era de ter muitos bens acumulados PARA (objetivando) poder agir como agiota e DOMINAR pessoas e muitas nações. Certamente queriam copiar o MODELO fornecido no Egito, ou seja, ter abundância para dominar sobre outros, compelindo-os a chegarem a condição de escravos. Não almejavam repartir, não almejavam dar para os que necessitassem. Obviamente, aquele “pegar apenas um gômor para cada membro da família” ficaria para trás. Decerto, almejavam armazenar e armazenar.

COLHEI CADA UM PROPORCIONALMENTE AO QUE COMESe esta ordem de Jeová fosse obedecida, haveria alguém rico na terra da fartura??

COLHEI CADA UM PROPORCIONALMENTE AO QUE COMESe esta ordem de Jeová fosse obedecida, haveria alguém pobre na terra da fartura??

COLHEI CADA UM PROPORCIONALMENTE AO QUE COMEDepois desta ordem de Jeová, o que revela ser o homem rico?????

Quanto a acumular bens, as palavras de Jesus foram: (Mateus 6:19) 19 PARAI DE ARMAZENAR para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem consomem, e onde ladrões arrombam e furtam. . .Assim verte a Tradução Brasileira:
(Mateus 6:19) 19 Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões penetram e roubam;

Ter mais de um já é armazenar. Qualquer coisa que você armazene passa a ser considerada como tesouro para você. Esta ordem de Jesus também está sendo analisada em:
Observando esta e outras tendências do povo escolhido e amado, assim falou Jeová sobre o futuro comportamento do povo:
(Deuteronômio 31:16-22) 16 Jeová disse então a Moisés: “Eis que te estás deitando com os teus antepassados; e este povo certamente se levantará e terá relações imorais com deuses estrangeiros da terra à qual vão, no seu próprio meio, e certamente me abandonarão e violarão meu pacto que concluí com eles. 17 Em vista disso, naquele dia deveras se acenderá a minha ira contra eles, e eu certamente os abandonarei e esconderei deles a minha face, e eles terão de tornar-se algo a ser consumido; e têm de vir sobre eles muitas calamidades e aflições, e forçosamente dirão naquele dia: ‘Não é porque o nosso Deus não está no nosso meio que estas calamidades vieram sobre nós?’ 18 Quanto a mim, esconderei absolutamente a minha face naquele dia, por causa de toda a maldade que fizeram, porque se viraram para outros deuses. 19 “E agora, escrevei para vós este cântico e ensinai-o aos filhos de Israel. Ponde-o nas suas bocas, para que este cântico sirva como minha testemunha contra os filhos de Israel. 20 Pois eu os levarei ao solo que jurei aos seus antepassados, que mana leite e mel, e certamente comerão e se fartarão, e ENGORDARÃO e se virarão para outros deuses, e deveras os servirão e me tratarão com desrespeito, e violarão meu pacto. 21 E tem de dar-se que, vindo sobre eles muitas calamidades e aflições, então este cântico tem de responder diante deles como testemunha, pois não deve ser esquecido pela boca de tua descendência, PORQUE BEM SEI A SUA INCLINAÇÃO QUE HOJE ESTÃO DESENVOLVENDO ANTES DE EU OS INTRODUZIR NA TERRA QUE LHES JUREI.” 22 De modo que Moisés escreveu este cântico naquele dia, para ensiná-lo aos filhos de Israel.
Foi exatamente o que aconteceu. O povo continuava almejando estocar. Almejavam tirar vantagem de estar na terra que mana leite e mel, por negociar, emprestar sob caução e dominar sobre muitas nações. Aquela inclinação gananciosa, aquela tendência gananciosa de acumularem bens, enriquecerem e agirem como agiotas, maltratando o atribulado e o pobre (aquele almejo egoísta), foi tornada realidade, levando-os a se fartarem, engordarem e violarem o pacto de Jeová. Agiram como agiotas tanto para com seus irmãos pobres, como para com o residente forasteiro, assim como também para com as nações. Foi exatamente por violarem o pacto, que Jeová trouxe sobre eles as prometidas calamidades e aflições.
Estar ciente das "prometidas" calamidades e aflições não foi suficiente para impedir o povo de violar o pacto. Nem mesmo um cântico, que servia durante séculos de testemunha contra eles, foi capaz de impedir o povo de violar o pacto. O cântico testemunha está transcrito em Deuteronômio 32:1-43
Um povo que via o "emprestar sob caução" como um ato de generosidade para com seu irmão POBRE, quando decidia não ser generoso, como será que agia?? Certamente decidiam não emprestar. Deixavam o atribulado morrer de fome. Bastava rotular tais atribulados de "iníquos". Quando emprestavam sob caução, certamente iam até as últimas consequências para terem restituído o valor do empréstimo.
Aquele que muito tinha, aquele que recebeu uma abundância, tinha uma grande oportunidade de praticar o altruísmo para com aquele que estava carente, para com aquele que estava pobre. Entretanto, ele continuava almejando (desejando ardentemente) praticar o egoísmo. Embora tivessem sido VÍTIMAS do modelo egípcio, criado e administrado por José, um israelita, eles estavam almejando seguir o mesmo modelo egoísta e fazerem suas próprias vítimas e finalmente dominarem sobre muitas nações, escravizando-as, pois foi este o resultado prático alcançado no Egito.
A diferença entre o ganancioso e o altruísta ao receberem um grande tesouro é o destino que darão ao tesouro recebido. O ganancioso quer o tesouro para si, quer tirar vantagem por ter um tesouro e não reparte, não doa aos desafortunados, enquanto o altruísta divide, reparte, doa TODO o seu tesouro para os desafortunados.
Quando retornaram do exílio em Babilônia para a reconstrução de Jerusalém e do templo, exílio este imposto por Jeová como punição da geração descrita pelo próprio Jeová como mais iníqua que Sodoma e todos os povos ao redor, o povo escolhido e ensinado CONTINUAVA enriquecendo e fazendo outros empobrecer, tomando penhor, cobrando juros e tornando-os escravos, seguindo o modelo Egípcio. Assim nos conta uma testemunha:
 (Neemias 5:1-11) 5 Entretanto, veio a haver um grande clamor da parte do povo e das suas esposas contra os seus irmãos judeus. 2 E havia os que diziam: “Estamos DANDO nossos filhos e nossas filhas EM PENHOR para obtermos cereais e comermos, e para ficarmos vivos.” 3 E havia os que diziam: “Estamos DANDO nossos campos, e nossos vinhedos, e nossas casas EM PENHOR para obtermos cereais durante a escassez de víveres.E havia os que diziam: “Tomamos dinheiro emprestado para o tributo do rei sobre os nossos campos e sobre os nossos vinhedos. 5 E agora, a nossa carne é igual à carne de nossos irmãos; nossos filhos são como os seus filhos, mas eis que reduzimos nossos filhos e nossas filhas a ESCRAVOS, e há algumas de nossas filhas já reduzidas [a isso]; e não há poder em nossas mãos enquanto nossos campos e nossos vinhedos pertencem a outros.Fiquei então muito irado, assim que ouvi seu clamor e estas palavras. 7 De modo que meu coração fez cogitações no meu íntimo e comecei a ralhar com os nobres e com os delegados governantes, e fui dizer-lhes: “É usura que estais demandando, cada um do seu próprio irmão.” Além disso, providenciei uma grande assembléia por causa deles. 8 E passei a dizer-lhes: “Nós mesmos compramos de volta os nossos irmãos judeus que tinham sido vendidos às nações, ao ponto que esteve em nosso poder; e ao mesmo tempo, venderíeis vós os vossos próprios irmãos e teriam eles de ser vendidos a nós?Em vista disso ficaram sem fala e não acharam palavra. 9 E prossegui, dizendo: “Não é boa a coisa que estais fazendo. Não deveis andar no temor de nosso Deus por causa do vitupério das nações, nossos inimigos? 10 E também eu, meus irmãos e meus ajudantes emprestamos entre eles dinheiro e cereais. Por favor, deixemos de emprestar com juros. 11 Por favor, DEVOLVEI-LHES neste dia seus campos, seus vinhedos, seus olivais e suas casas e o centésimo do dinheiro, e os cereais, o vinho novo e o azeite que EXIGIS deles como juros.”
O modelo estabelecido no Egito voltava a acontecer entre o povo escolhido no seu retorno à terra da promessa. A ganância estava gerando grande clamor. Os que estavam sendo maltratados passaram a clamar. Chegaram a conclusão que o modelo não era bom e por isso decidiram devolver o produto de sua ganância e parar de cobrar juros de seus irmãos. Novamente estavam "maltratando o atribulado e o pobre".
O Criador estava observando este equívoco de chamar de generosidade o ato de emprestar sob caução ou receber algo como penhor, pois falou as seguintes palavras para a geração dos dias de Isaías:
(Isaías 32:1-8) 32 Eis que um rei reinará para a própria justiça; e quanto a príncipes, governarão como príncipes para o próprio juízo. 2 E cada um [deles] terá de mostrar ser como abrigo contra o vento e como esconderijo contra o temporal, como correntes de água numa terra árida, como a sombra dum pesado rochedo numa terra esgotada. 3 E os olhos dos que vêem não ficarão grudados e os próprios ouvidos dos que ouvem atentarão. 4 E o próprio coração dos apressados demais considerará o conhecimento e até mesmo a língua dos gagos se apressará a falar coisas claras. 5 O INSENSATO NÃO MAIS SERÁ CHAMADO DE GENEROSO; e quanto ao homem sem princípios, não se dirá que é nobre; 6 porque o próprio insensato falará mera insensatez e o próprio coração dele fará o que é prejudicial, para praticar a apostasia e para falar contra Jeová aquilo que é desordenado, PARA FAZER A ALMA DO FAMINTO FICAR VAZIA, e ele faz até mesmo o sedento passar sem a própria bebida. 7 Quanto ao homem sem princípios, seus instrumentos são maus; ele mesmo aconselhou atos de conduta desenfreada, para estragar os atribulados com declarações falsas, mesmo quando um pobre fala o que é direito. 8 Quanto ao generoso, é para coisas generosas que ele deu conselho; e ele mesmo se levantará a favor de coisas generosas.

No futuro, eles iriam perceber os seus equívocos. Jeová iria mostrar o que é ser generoso. Usando seu Filho Jesus, Jeová iria revelar para todos, o que é justiça, o que é praticar justiça, o que incluía revelar que emprestar sob caução (com penhor) não é ato de generosidade. O insensato vê como generosidade este ato totalmente egoísta.
Assim está definido o termo insensato em certo dicionário:

INSENSATO adj. e s.m. Que ou o que perdeu a razão; louco, insano. / Que ou o que é contrário ao bom senso.


Somente um louco, um insano, alguém que perdeu a razão, poderia ver o emprestar sob caução (exigir um penhor) ao pobre, ao que carece, como um ato de generosidade. No entanto, isto só será percebido quando estes passarem a ter Jesus como rei e quando este rei ensinar a estes seus súditos. Será muito vergonhoso para tais súditos que até então se achavam "generosos".

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